Treinar o músculo da autoconfiança

Ao longo da sua vida com certeza já teve dias em que saiu de casa com vontade de mudar o mundo, achando que dessa vez é que era, que ia fazer a diferença, começar a treinar para correr 10km, aprender uma nova língua, tirar a pós-graduação, desenvolver uma nova habilidade….
 
Todos temos sonhos e metas a atingir mas, assim como essa ideias e a confiança de as colocarmos em prática nos surge, em muitos casos e em alguns perfis de comportamento é também muito fácil adormecermos esses sonhos e deixarmos que eles não tenham passado de simples ideias.

Estas situações de não avançarmos com as nossas metas, surgem muitas vezes nos dias menos bons, nas alturas mais difíceis, nas fases com maior instabilidade, o que nos leva por vezes a por em causa as nossas capacidades de concretizar os objetivos que idealizamos.

Este sentimento, várias vezes repetido, ao longo dos anos, ou seja quando não atingimos as expetativas que colocamos em nós próprios, ou que outros colocaram em nós, leva à sensação de culpa, a autocrítica exagerada, o sentimento de que não dá porque "sempre foi assim", porque não somos capazes, porque não reunimos todas as capacidades e competências para ir em frente nesses desafios, criando-se dessa forma um ciclo de pensamentos negativos e dúvidas.
 
Como podemos mudar esta situação? O que é que as pessoas que aos nossos olhos são bem-sucedidas têm que as torna capazes, todos os dias, de enfrentar com energia renovada os desafios pessoais e profissionais que lhes surgem e as metas que colocam a si próprias?

Quando falamos de convicção nas escolhas, de atitude positiva, segurança na ação, estamos a falar de uma competência fundamental para a sua felicidade e para o seu sucesso pessoal e profissional: a
autoconfiança. Mas afinal, o que é a autoconfiança?

Autoconfiança é a capacidade para acreditar em si mesmo, em ser capaz de passar à ação.
É a convicção, que vem de dentro de nós, que temos os recursos necessários para lidar com os desafios que a vida nos coloca todos os dias. E essa convicção faz toda a diferença nas nossas ações, nas nossas atitudes, nas decisões que tomamos e na perspetiva que adotamos.

Quer refletir um pouco comigo? Vamos lá então!

Como está a sua autoconfiança em relação ao seu desempenho profissional? Ao seu papel como líder? Quando lhe falo de liderança não tem que ser em relação aos outros, antes de mais é conveniente que sejamos disciplinados com a nossa pessoa. Planifica os seus dias, ou deixa que as situações surjam e só depois lhes dá uma resposta? Planifica as suas prioridades, traça objetivos atingíveis? E se tem uma equipa para liderar como gere a sua autoconfiança de cada um dos colaboradores da mesma?

 Ou, numa perspetiva mais pessoal, como está a sua autoconfiança enquanto pai e mãe? Como situaria a sua autoconfiança em diversos aspetos da sua vida, numa escala de 1 a 10? Se ao fazer esta análise chegou à conclusão de que em muitos aspetos não dá a classificação de 10, a minha pergunta é a seguinte: - O que lhe falta para chegar ao 10?  
                                                
A autoconfiança é como um músculo: se não for trabalhada, dificilmente irá crescer e tornar-se forte. Quer treinar-se a ser mais autoconfiante?

Em primeiro lugar, a minha sugestão é de que trabalhe o seu diálogo interno. Sim, essa conversa que está a ter consigo mesmo. Está a ser construtivo ou está a ser destrutivo?
Está a focar-se nos problemas ou nas soluções? Está a criar barreiras a si próprio, ou a procurar as soluções para ultrapassar cada uma das barreiras que lhe vão surgindo?

Use o diálogo interno a seu favor, valorize as suas conquistas, mesmo que tenham sido pequenas conquistas que foi tendo ao longo da vida, perceba o processo que fez para lá chegar, valorize e reconheça as suas competências, dê valor a si próprio, pois se não o fizer mais dificilmente os outros o farão.

Recorde com frequência tudo aquilo que fez de bem no seu dia e, se não conseguiu fazer melhor, perceba o que deveria ter feito diferente, e lembre-se que é importante levar o processo até ao fim, para que reforce a sua capacidade de concretização. Se hoje não conseguiu tente de novo amanhã, vai ver que os seus recursos vão aumentando e com isso aumentando a sua capacidade de atingir as suas metas.

Em segundo lugar trabalhe a sua visualização, trata-se de imaginar na sua mente a pessoa que quer ser, de acordo com os seus valores. Escreva esses seus objetivos no papel. Construa uma autoimagem positiva, cheia de confiança, não descure as suas competências, as suas caraterísticas positivas.

Se se focar no que tem de bom, as suas falhas são apenas passos num processo de crescimento e dessa forma estará a trabalhar a sua autoconfiança.
 
Fátima Sendim
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