A importância do ócio

 O ócio para criar e recrear
 
Provavelmente, poucos leitores já pensaram na origem da palavra "escola": ela está diretamente relacionada à importância do ócio. Pois, saiba que a palavra tem origem na Grécia antiga, da palavra skole. 
 
Para os gregos, skole significava o lugar destinado à educação e o ócio era para ser alcançado pelos cidadãos da pólis. Desde então, a palavra ampliou sua lista de significados e, com a chegada da mecanização do trabalho e do desenvolvimento das sociedades, ela quase ganhou sentidos pejorativos.
 
 
 
Parar para ir além
 
A ideia e a procura pelo "ócio criativo", que passou a ficar com bastante evidência a partir da década de 1990, começou muito antes da publicação do livro do escritor italiano Domenico De Masi, que atualizou as críticas à sociedade pós-industrial e tratou de temas como tempo livre, criatividade e desenvolvimento sem empregos tradicionais.
 
Para filósofos e pensadores atuais, como o filósofo
Mário Sérgio Cortella, "o ócio é o poder de escolher o que será feito sem uma obrigatoriedade", ou seja, é uma possibilidade que a pessoa tem de descobrir e de ser criativa, uma vez que, se estiver ocupada continuamente, ela não terá tempo e oportunidade de inventar e nem de pensar em algo, que poderá ser útil mais adiante.
 
O momento de ócio é aquele em que a pessoa pára as suas atividades rotineiras e liberta a sua mente, mudando o foco de atenção para atividades diferentes e até, para nenhuma atividade, apenas uma pausa para clarear as ideias.
 
Para muitos entusiastas, o ócio é o momento de cuidar do espírito, diferente do não fazer, são os instantes em que a mente e o corpo são preenchidos por aquelas atividades que dão prazer de viver, entretenimento e motivação às pessoas.
 
 

Mesa de bilhar, pets e jardins
 
Empresas como Google, Facebook, Hubspot, Wall Mart, entre tantas outras, sabem a importância do ócio e, por isso, possuem academias, salas de entretenimento, com mesa de bilhar, tênis de mesa e de vídeo games. Algumas permitem que os colaboradores levem os seus pets, outras constroem jardins japoneses com peixes e som ambiente, tudo isso para oferecer o momento de ócio e serem disputadas como best employer branding - aquelas empresas que promovem ações positivas e oferecem proposta de valor aos colaboradores.
 
São espaços oferecidos pela empresa que proporcionam lazer, relaxamento, de aproximação e interação entre as pessoas. Estes momentos, longe de serem considerados improdutivos, possibilitam o aumento da performance de todos.
 
O ambiente mais descontraído e saudável, possibilita maior abertura e incentivo para novas ideias, críticas, sugestões e desenvolvimento de projetos e direcionamentos da empresa.
 
Com isto,
líderes e colaboradores são transformados em embaixadores da marca e dos produtos da empresa e, não se sentem apenas operacionais, mas também, participantes e contribuintes dos processos das suas áreas profissionais.
 
Mas, atenção: não é o ambiente que estimula o ócio – como vídeo games e academias –  mas sim a cultura da organização.
 
 

Pensar requer ócio
 
Todos os filósofos, pensadores e, atualmente, coaches e mentores sabem - e orientam - que as boas soluções surgem quando a mente está livre, quando o "pensamento pode voar".
 
 É aquele "insight genial" que o colaborador precisava para fechar uma proposta, elaborar um relatório ou até "inventar" um novo produto. Basta lembrarmos que o "Post-It", da americana 3M, surgiu de uma nova utilização de um protótipo que não foi aprovado.
 
Não existe mais espaço para analisar produtividade por horas trabalhadas, este tempo ficou no século passado. Hoje, o potencial de cada líder ou colaborador deve ser analisado de forma holística, considerando diferentes fatores, entre eles a interação com os colegas e dos resultados obtidos pela equipa e, certamente, tudo isso passa pelas experiências de ócio.
 
E você, permite-se ao ócio?
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