A sua vida está demasiado agitada e nem tem tempo para si?

Há algum tempo publiquei no blog um artigo sobre a importância das perguntas no processo de Executive Coaching, com alguns exemplos para desenvolver a comunicação a nível profissional, iniciar e manter conversas, ter um discurso apelativo, clarificar objetivos ou demonstrar interesse.
 
Fazer as perguntas certas pode tornar a interação com o seu interlocutor muito mais dinâmica e gratificante, mas o que acontece quando o interlocutor somos nós?

Essa voz na sua mente que fala consigo o tempo todo, o seu diálogo interno, tem um grande poder. O diálogo interno pode ser o seu melhor amigo e dar-lhe a força necessária para concretizar os seus objetivos, ou trabalhar contra si e bloquear o desenvolvimento pessoal e profissional.

Muitas das situações que abordo com os meus clientes nas sessões de Executive Coaching estão relacionadas com a gestão de processos de mudança eficazes, de forma estruturada e orientada. Pode ser uma mudança a nível pessoal, mudança de hábitos, ou a nível profissional, mudança de carreira, mudança de estratégia, qualquer que seja o processo de mudança, a forma como se trabalha o diálogo interno é essencial para atingir os objetivos estabelecidos.

Há uns dias atrás ao conversar com uma pessoa amiga que se encontra atualmente numa fase inicial de mudança a nível profissional, apercebi-me pelo seu discurso que tinha a mente “povoada” de múltiplas questões geradoras de dúvida, “E se isto…e se aquilo?”.

Utilizando uma metáfora que uso com frequência, a mente é como um campo no qual se precisa de “semear” para depois “colher”. Muitas vezes as pessoas não concretizam o seu processo de mudança devido aos pensamentos e questões que colocam na mente, sementes de dúvida quando o que é necessário são sementes de certeza e coragem.

Para trabalhar o diálogo interno de forma mais eficaz sugeri à minha amiga 5 questões que poderia colocar a si mesma, e que acredito terem o potencial de desbloquear situações e tornar a mudança possível.

Por isso se atualmente se encontra num processo de mudança sugiro-lhe trabalhar o seu diálogo interno com estas 5 questões, para uma maior consciencialização e alinhamento com os objetivos que pretende atingir.

Pergunte-se a si mesmo:


1. O que é importante para mim?

Quais são os valores pelos quais me oriento na minha vida pessoal e profissional?

É importante perceber se a sua situação atual de vida está alinhada pelos valores que são importantes para si. A honestidade, a humildade, o otimismo entre outros são como “barómetros” que orientam o seu caminho.

Se na sua situação atual de vida sente que os valores que vivencia já não estão alinhados pelo que é mais verdadeiro e importante para si, talvez esteja na hora de definir novos objetivos e perceber o que pretende fazer de novo e o que pretende deixar de fazer, por sentir que está desalinhado com o que pretende.  


2. Como quero ser lembrado?

O que o faz sentir que está na hora de iniciar um processo de mudança? Já parou para pensar se a sua situação de vida atual o faz sentir pleno e realizado, se gosta daquilo que faz e se sente que está a viver a vida e a carreira que sempre sonhou?

Se atualmente está a sentir dificuldades em perceber o que é melhor para si e que caminho escolher, procure responder a esta questão. Quer ser lembrado como um bom pai, uma boa mãe, um empresário de sucesso, um amigo exemplar?

Ou, por outras palavras, qual é a imagem pela qual quer ser lembrado?


3. O que me preocupa?

A vida é também feita de preocupações e exigências mas neste caso concreto é importante perceber se aquilo que o preocupa é uma situação “real”, ou se o seu diálogo interno está a ser excessivamente crítico e a impedi-lo de iniciar ou manter o processo de mudança.

Não quero com isto dizer que as preocupações não são válidas, pelo contrário ajudam a clarificar os pensamentos e a tomada de decisão, mas muitas vezes as pessoas desistem dos seus projetos e sonhos por ficarem “reféns” de dúvidas e sentimentos negativos que, mais tarde, até se apercebem não ter grande razão de ser.

Há uns tempos atrás escrevi num artigo uma máxima japonesa que dizia “se caio sete vezes, levanto-me oito.” Já viu que maravilha? Errar é humano e faz parte do crescimento, e nem sempre as coisas correm bem à primeira. Ainda assim pode parar, aprender com o processo e trabalhar com uma estratégia diferente até conseguir atingir o seu objetivo.

As suas preocupações vão começar a ter menos importância e, com o tempo, irá desenvolver a capacidade de superação e grande autoconfiança.


4. Quais são as minhas forças e talentos?

Como digo tantas vezes, foque-se na solução e não no problema. Pode considerar que ainda lhe falta alguma coisa para conseguir atingir o objetivo pretendido, mas tem em si outras capacidades e competências que o podem ajudar a fazer a diferença.

Trabalhe por isso o seu diálogo interno e reflita nas qualidades que já sabe que tem, relembre os seus sucessos passados, o que de bom os outros reconheceram em si, e como tantas vezes contribui para o bem estar e o sucesso das pessoas à sua volta. É tudo uma questão de
mindset, as qualidades estão dentro de si, só tem de as descobrir.

5. Pelo que sou grato?

Querer mudar alguma situação na vida pessoal e profissional não significa de modo algum desvalorizar tudo aquilo que já conquistou. Acredito que é importante definir novos objetivos e querer ser melhor a cada dia mas, ao mesmo tempo, é importante viver no momento presente e sentir-se feliz com as coisas boas que a vida proporcionou.

Se pretende fazer um processo de mudança e ainda não chegou ao objetivo que pretende, continue a tentar e disfrute do que já tem de bom na sua vida, a sua família, os amigos que acreditam em si, a saúde, os momentos de felicidade. Mesmo que às vezes os dias pareçam mais desafiadores e a motivação não seja assim tanta, seja grato.

Irá dessa forma renovar a sua autoconfiança para aprender com aquilo que já viveu, melhorar a cada dia e fortalecer o diálogo interno com otimismo e uma atitude positiva perante a vida.
 
Estas são as 5 questões que eu coloco muitas vezes a mim mesma para trabalhar o processo de mudança, clarificar os pensamentos, definir novos objetivos e renovar a motivação para os próximos desafios.

Que questões quer colocar a si mesmo agora para fazer o seu processo de mudança? Ficarei muito grata por saber o seu feedback.

Fique bem.

Fátima Sendim
 

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