Abra mão do bom para agarrar o excelente

Há uns anos atrás tomei uma das decisões mais importantes da minha vida. Tinha 21 anos de uma carreira bem-sucedida na área da saúde, estava numa boa posição profissional, tinha uma equipa com quem gostava de trabalhar e sentia que já tinha superado muitos desafios e realizado um percurso profissional do qual me podia orgulhar.

Eu podia ter continuado mas havia um desafio que falava mais alto, primeiro como uma voz interior que se foi transformando numa ideia de mudança, em várias ideias de mudança, que deram lugar a várias ações. Eu queria mais, abrir a minha própria empresa e seguir o sonho de ser uma Executive Coach na transformação da vida das pessoas.

Como é natural em qualquer processo de mudança apercebi-me que o nível de crescimento que eu desejava atingir implicava muitos desafios, horas de estudo, mudanças de rotina nem sempre fáceis de conciliar com a vida familiar, foco constante na excelência, no propósito de vida, no aprimoramento das
competências de comunicação, entre outros.

Com o tempo percebi que a resposta a todos esses desafios, às exigências da mudança profissional estava na seguinte pergunta: do que estou disposta a abdicar para atingir um novo patamar de excelência?

De cada vez que fecha uma porta, abra uma janela

Acredito que este pensamento devia estar mais presente na mente das pessoas, e dos líderes em particular. Por outras palavras, quanto se está disposto a arriscar? Eu acredito na importância do planeamento antes de dar o próximo passo mas, por vezes, é necessário aceitar alguns riscos e desafios, como se costuma dizer sair da zona de conforto.

Muitas vezes o foco está demasiado enraizado naquilo que se vai “deixar”, ao invés dos “prémios” que se vão obter por aceitar a mudança, quer seja o amadurecimento profissional, o desenvolvimento de novas competências, a gratificação pessoal, a realização do potencial, entre outros.

O que é que está disposto a abdicar hoje para “colher” amanhã?

Quanto vale, para si, atingir o “próximo nível”?

Está a identificar na sua carreira profissional, na sua empresa ou até mesmo na sua liderança, as janelas que vai “fechar” e as portas que quer "abrir"?


Se quer abraçar esse desafio pode começar a trabalhar a partir de hoje, no que pretende mudar na sua vida, empresa ou carreira.

Uma das melhores dicas que lhe posso dar é aprender a trocar o bom pelo excelente. Qualquer que seja o seu desafio, seja um desafio pessoal ou um serviço ao seu cliente, se é para fazer, não aceite menos que a excelência. Claro que dizer "quero ser excelente" não chega, é necessário transformar essa excelência em objetivos de crescimento que pode medir. Ao invés de dizer “eu quero ter uma empresa de excelência”, defina um objetivo de crescimento, por exemplo “tenho como objetivo anual aumentar as vendas da empresa em 20%”, ou “reduzir a ocorrência de não-conformidades em 10%.”

Mas nem só de objetivos vive o empresário, o gestor, o ser humano, se não tiver um
propósito no qual espera fazer a diferença e realizar o seu máximo potencial. Nalgumas situações é importante, por isso, ter a coragem de trocar a segurança por significado.

Está a viver na zona de conforto ou já parou para refletir na sua missão?

O que quer obter?

Como se vê no final do seu processo de mudança?


Abrir mão do bom para atingir o excelente pode implicar que, por vezes, adie as suas recompensas. Para isso é importante que adote uma estratégia de longo prazo. Muitas vezes temos dificuldade em aceitar o que não nos traz gratificação imediata ou, no caso de uma empresa, resultados imediatos. No entanto, se estiver disposto a investir hoje, não para o imediato mas em prol de um potencial resultado (investir em formação especializada, tirar um MBA, implementar uma metodologia LEAN na sua empresa, investir em tecnologia de ponta, fazer um processo de Executive Coaching), sabe que os resultados não vão ser imediatos mas, com o tempo, irá gerar oportunidades para maiores recompensas, inclusive financeiras. 

O líder pode pois aprender a “viajar sem muita bagagem” e a colocar o foco no próximo nível de excelência, que com tempo, empenho e paciência sabe que vai alcançar. Essa bagagem não é feita de roupas, mas de atitudes, procedimentos, métodos e ideias que em tempos fizeram todo o sentido, mas hoje já não se encontram alinhados pelos seus objetivos.

Para a nova viagem, precisa de deixar algo para trás, dando espaço às coisas novas que vai encontrar.
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