Aumente o seu potencial com estes 5 elementos da comunicação não-verbal

Já alguma vez reparou como, de uma maneira geral, as pessoas colocam uma importância muito grande nas palavras que vão dizer nas mais variadas situações?

Dizia-me há dias uma amiga que está a começar a dar os primeiros passos no mundo das vendas, “eu gostava de saber o que dizer em cada situação para cativar o meu potencial cliente.”

No decorrer de uma sessão de
Executive Coaching um cliente partilhou comigo que estava decidido a trabalhar a sua comunicação para “utilizar as palavras adequadas e motivar a equipa de trabalho.”

Um amigo de longa data que queria resolver um conflito com outra pessoa confidenciou-me que “queria explicar-lhe o seu ponto de vista para chegar a um entendimento.”

E até nas relações amorosas, quantas vezes os pretendentes apaixonados sentem ansiedade por não saberem “o que dizer à pessoa amada para expressar o quanto gostam dela?” :) 

E poderia continuar com outros exemplos, “o que dizer numa entrevista de trabalho”, “o que dizer numa reunião”, “o que dizer numa negociação”, “o que dizer para resolver um conflito”, “o que dizer a alguém que se sente desmotivado”, e assim sucessivamente.

Dizia o poeta Eugénio de Andrade que “as palavras são como um cristal”. Aquilo que dizemos é sem dúvida um dos aspetos mais importantes para uma comunicação eficaz e bem-sucedida, mas hoje quero convida-lo a focar-se num aspeto diferente da comunicação.

Como uma pauta musical que têm notas para o silêncio e permitem o equilíbrio, pense num aspeto fundamental da comunicação, aquilo que não é dito.

Como assim aquilo que não é dito?

Comunicar é um processo que vai muito além das palavras que se utilizam, pois a parte mais significativa da interação acontece quando não há palavras, no silêncio verbal nunca se deixa de comunicar.

Falamos pois da comunicação não-verbal.

Mas o que é exatamente a comunicação não-verbal?

Segundo o autor Joe Navarrro, autor do livro Verdade ou Mentira, “a comunicação não-verbal, muitas vezes referenciada como comportamento não-verbal ou linguagem corporal, é um meio de transmitir informação através de expressões faciais, gestos, toques, movimentos físicos, postura, adornos corporais (roupas, joias, penteados, tatuagens, etc.) assim como o tom, timbre e volume de voz de um indivíduo (mais do que o conteúdo falado). Os comportamentos não-verbais incluem aproximadamente 60 a 65% de toda a comunicação interpessoal (…)

A comunicação não-verbal exprime de forma genuína as emoções, mesmo aquelas que não se pretendem mostrar.

Imagine por exemplo que pergunta a uma criança se fez os trabalhos de casa e ela até diz que fez, mas entende pela atitude corporal dela que se calhar está a esconder alguma coisa. Isto acontece porque a comunicação não-verbal é mais genuína, está mais ligada às nossas emoções e aquilo que sentimos no momento. Você pode por exemplo sentir-se triste e não o demonstrar através das suas palavras, mas alguém que esteja atento vai perceber entender a sua tristeza mesmo que as palavras não o demonstrem.

A comunicação não-verbal está sempre presente, está sempre a comunicar mesmo que não queira. Isto é bom ou é mau? Será que a comunicação não-verbal é uma espécie de “invasão de privacidade”? Não é bom nem é mau, simplesmente é, depende da sua intenção e atitude, a perspetiva é que, a comunicação não-verbal deve ser utilizada para compreendermos melhor os outros e por outro lado para trabalharmos a nossa comunicação pessoal como um todo e haver um maior alinhamento e coerência entre aquilo que é dito com as palavras e aquilo que é dito pelo nosso olhar, expressões faciais, pela roupa, pelas nossas mãos, etc.

Se pretende ser mais eficaz na sua comunicação, quer seja num processo de venda, numa negociação, na motivação de uma equipa de trabalho, na apresentação de um projeto a um potencial investidor, numa palestra e de uma maneira geral em qualquer processo de comunicação, é fundamental que trabalhe a sua comunicação não-verbal.

Para isso é essencial que tenha em conta estes 5 elementos:


1. A proxémica, que descreve a utilização do espaço pelo ser humano e a sua perceção. Ou seja a distância que se estabelece com o interlocutor quando se comunica, e que se designa espaço social, tem uma grande influência na comunicação. Estar demasiado chegado a uma pessoa pode transmitir uma sensação de invasão ou ameaça, enquanto o afastamento pode transmitir desinteresse ou desconfiança.

É fundamental por isso perceber quando comunica com o seu interlocutor qual é a distância ideal, perceba como deixa as pessoas mais confortáveis mediante distâncias diferentes para perceber qual é a distância que quer manter.


2. A háptica, refere-se à comunicação através do toque físico. O toque físico é um estímulo fundamental ao nosso desenvolvimento físico e psicológico. Quando somos bebés precisamos do toque na nossa mãe. Manifestamos as nossas intenções amorosas através do toque. Apesar de algum nível de contacto físico ser normal na comunicação, o toque porém nem sempre é bem visto em contexto profissional, e em determinadas culturas é mesmo algo a evitar.

Outros fatores a ter em conta são por exemplo a educação que a pessoa teve, a
personalidade ou a idade. É importante por isso adaptar o seu comportamento ao contexto e situação particular de comunicação em que está inserido.

No momento do cumprimento de mão tente perceber como a pessoa reage ao toque, se se afasta rapidamente ou se sente tranquilo com o mesmo. As pessoas manifestam esses sinais e está na sua mão fazer uma boa leitura.


3. A cinésia, que engloba os movimentos e expressões do seu corpo, como o olhar, o movimento das mãos e dos pés, a expressão facial, os gestos ou a postura corporal. Tal como os anteriores cada caso é um caso e as influências culturais, sociais ou comportamentais são também muito fortes.

Se a pessoa tem dificuldade em olhar nos olhos e se sentir que o seu interlocutor está em desconforto com essa situação, nesse caso pode optar olhar para a pessoa sem ser com o olhar fixo nos olhos.


4. A voz, que tem a ver com a forma como a mesma é utilizada na comunicação para veicular o conteúdo da mensagem e também emoções, aquilo que se fala e o modo como se fala influenciam a interpretação de quem ouve. Envolve aspetos como projeção, timbre, tom, velocidade, articulação, entoação, ritmo, entre outros.

A voz é talvez um dos aspetos mais desafiadores de ser trabalhado, mas repare se quando ouve alguém valoriza da mesma forma a informação tendo em conta o tom de voz?

Uma forma de o ajudar a usar o tom de voz que pretende, pode ser observar uma pessoa que tem um tom de voz que lhe agrade, e tentar imitar essa pessoa até conseguir. Aproveite as viagens de carro em que vai sozinho para treinar.


5. Indicadores não-verbais, são as mensagens subliminares que fazem parte do processo de comunicação e que são percecionadas maioritariamente através dos sentidos, como é o caso do vestuário, dos silêncios na comunicação, se a pessoa usa ou não adereços físicos, se tem um aspeto cansado, o corte de cabelo, entre outros.

Concluindo para desenvolver uma comunicação de excelência sugiro-lhe que trabalhe o seu processo comunicativo como um todo, para além das palavras que utiliza.

Para isso é importante que trabalhe estes 5 elementos, com os mesmos estará a utilizar a comunicação não-verbal a seu favor e a melhorar a sua forma de comunicar nas mais diversas situações da sua vida profissional e pessoal.

E por fim….fiquei sem palavras! :) 

Fique bem!
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