Deve envolver os seus colaboradores na tomada de decisão?

Num artigo anterior abordei a importância da tomada de decisão e como este é um processo que está presente em diferentes aspetos da nossa vida pessoal e profissional.

Todos os dias tomamos decisões, com diferentes pesos e medidas. A hora a que decidi acordar hoje, a roupa que vesti, a estação de rádio que sintonizei quando viajava de carro para o escritório, são um tipo de decisões.

A estratégia de crescimento da empresa, a forma como vou apresentar um serviço a um potencial cliente, as pessoas que seleciono como parceiros de negócio, como deve calcular são decisões de um “calibre” completamente diferente!

Na vida empresarial as decisões que os líderes tomam todos os dias exigem uma ponderação muito cuidada dos custos envolvidos, do seu impacto na produtividade, nos índices de motivação, entre outros.

Nesse contexto, será que faz sentido os colaboradores terem uma participação ativa no processo de tomada de decisão?

Em muitos casos, o âmbito e a rapidez da decisão a tomar não permitem que se recorra à participação dos colaboradores nesse processo. Existe um desafio, a decisão precisa de ser tomada e cabe ao líder “puxar dos galões” para dar resposta a esse desafio.

Noutros casos porém, a participação dos colaboradores na tomada de decisão pode ser uma ótima estratégia. Por um lado, esse valioso input pode ter um impacto positivo em factores como a produtividade, a eficácia, a eficiência, a diminuição de ocorrência de conflitos, fortalecimento do espírito de equipa, entre outros. A qualidade da decisão pode efetivamente melhorar com o contributo da sua equipa!

Por outro lado, ao participarem no processo de decisão os colaboradores estarão mais recetivos ao processo de mudança, fortalecendo o sentido de compromisso com a mesma.

Envolver os colaboradores na tomada de decisão pode ter vantagens, mas para gerir esse desafio deve ter em consideração alguns pontos:


- Coerência e alinhamento. O processo de decisão no qual o colaborador participa deve estar relacionado com as suas funções, objetivos e motivações. Ou seja tem de “lhe dizer” alguma coisa, ser importante no contexto da sua situação atual. Apesar do crescimento e sucesso da empresa ser do interesse de todos, pode “filtrar” os assuntos a tratar com cada colaborador de acordo com as suas funções, departamento, etc. 

- Skill de decisão. O colaborador tem o conhecimento técnico, a experiência e a capacidade de comunicação para participar no processo de decisão? Isso é fundamental para a qualidade da decisão final, de outra forma vai-se entrar no campo do “achómetro” e “pensómetro”. 

- Cultura empresarial. Pouco adianta envolver os colaboradores no processo de decisão e depois tomar decisões de forma autocrática que não tem em consideração os seus inputs. O objetivo também não é acatar todas as propostas dos colaboradores como uma decisão final. A chave aqui é envolvimento, partilha de ideias e feedback construtivo. Uma cultura empresarial que apoie e incentivo o envolvimento dos colaboradores resulta num sentido de compromisso e partilha por parte dos mesmos, pois sabem que o seu input é considerado e valorizado. 

Vai envolver os seus colaboradores na tomada de decisão?


Se faz sentido para a sua empresa convidar com maior frequência a sua equipa a participar no processo de tomada de decisão, pode criar um plano para esse efeito.

Pode, por exemplo, criar um sistema de sugestões individuais, que já existe em muitas empresas (uma caixa onde os colaboradores podem colocar um papel com sugestões, por exemplo). Outra opção será, por exemplo, criar um sistema de recompensa para os colaboradores que tenham as melhores ideias (empregado do mês, ideia do mês, etc.).

Se tiver essa possibilidade, o seu cronograma de trabalhos pode incluir, por exemplo, uma reunião semanal com a equipa, para discussão dos desafios e onde cada pessoa é convidada a recomendar soluções para esses mesmos desafios.

Concluindo, a participação dos seus colaboradores no processo de tomada de decisão pode ser um input muito valioso, aumentando a qualidade da decisão propriamente dita, reduzindo a resistência à mudança, fortalecendo o compromisso e alinhamento dos objetivos individuais com os da empresa.

Agora, só precisa de optar de que forma quer decidir.
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