O emprego e o trabalho

Não trabalho por prazer, mas preciso de um ordenado
 
“Trabalhes com o que amas e nunca mais precisarás de trabalhar na vida”, esta famosa frase de Confúcio (China, 551 a.C. a 479 a.C) transformou-se num verdadeiro mantra das startups pelo mundo.
 
Porém, a realidade mostra-nos que nem sempre isto é possível ou viável. Muitas vezes, o cenário económico, social ou pessoal não permite seguir esta máxima do
filósofo chinês.
 
Assim, o profissional obriga-se a trabalhar mais pelo dinheiro, que pagará as contas, do que pela satisfação de estar a construir uma carreira e a contribuir para o desenvolvimento social.
 
 

A diferença de emprego e trabalho
 
Poucas pessoas percebem ou pensam sobre a diferença entre ter um emprego e ter um trabalho.
 
São situações completamente diferentes na vida de um profissional. Os meus clientes de coaching, nas sessões já percebem que estas diferenças são, na verdade, de postura.
 
Enquanto trabalho está diretamente relacionado à vida do profissional: os seus sonhos, os projetos e os objetivos, ou seja, existe um traçado a ser seguido para alcançar algo maior; o emprego, por sua vez, diz respeito à necessidade financeira imediata.
 
Aqui, não há nenhuma crítica ou demérito, pois, quase todos os profissionais, nalgum momento da vida, precisaram de um emprego para garantir a sua subsistência.
 
Em geral, isto também ocorre na procura das primeiras colocações ou quando a pessoa ainda está a definir as suas paixões e motivações numa profissão.
 
 

As horas passam e a vida voa 
 
Nestes momentos, de primeira colocação ou de recolocação no mercado, os processos de coaching oferecem excelentes ferramentas, que permitem ao profissional perceber as oportunidades do momento, as motivações necessárias, as habilidades existentes e as que precisam de ser desenvolvidas.
 
Estes processos são importantes porque, a grande maioria das pessoas, passa a maior parte da vida a trabalhar. Poucos têm consciência disto também, mas, é a pura realidade: somem-se as horas de trabalho com as horas de descanso e vai saber quantas horas do dia lhe restam para viver com plenitude.
 
Por esta e outras razões, ao procurar apenas a realização financeira, a pessoa pode estar a criar uma trajetória tortuosa, onde a satisfação pessoal e profissional dificilmente serão alcançadas, pois está sempre a realizar tarefas que não fazem sentido ou estão muito distantes dos propósitos individuais.
 
 

Destravando o seu potencial
 
Quando estou a falar em propósitos, invariavelmente, me recordo do genial artista renascentista italiano Michelangelo.
 
O
escultor trabalhava com tanta garra que, existe uma história que conta que, ao terminar a estátua de Moisés,  uma enorme obra-prima com 2,35 metros de altura e que está na Basílica de San Pietro in Vincoli, Roma, o artista começou a gritar "Por que não falas?".
 
A emoção e a satisfação de construir uma estátua tão perfeita eram tantas que o artista, como num delírio, ficava a conversar com ela.
 
Ao trazermos esta história para as nossas reflexões, podemos dizer que Michelangelo tinha um trabalho, não apenas um emprego. O trabalho exige constante transformação da pessoa, que, coloca as suas habilidades como meios essenciais para realizar uma tarefa ou alcançar os seus objetivos.
 
Para aqueles que estão a questionar o seu desempenho, sem saber o que fazer ou, ainda, sentindo-se numa encruzilhada, algumas atitudes simples podem ajudar, como por exemplo: analise e desenvolva o seu autoconhecimento, ele é a base para encontrar o caminho da sua realização.
 
Também, mantenha o seu foco nos resultados e não nas tarefas a executar, desta forma, poderá sentir que é parte do processo, complementando o todo. Não subestime o seu potencial pois é importante que durante este período de análise, procure os pontos fortes nas suas atuações e como faz para agregar valor nas suas tarefas, para a equipa e para o crescimento da empresa.
 
Lembre-se sempre que é possível conciliar sucesso profissional com sucesso financeiro, para isso é necessário sempre estar por inteiro e, como nos ensina o Zen budismo "para não perdermos tempo com reclamações inúteis devemos arregaçar as mangas e partir para os nossos trabalhos com energia e sinceridade".
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