O que está disposto a realizar que não está na sua rotina?

Ao ouvir uma pessoa a falar que vai realizar mudanças pessoais e profissionais, quase sempre me ocorre uma das canções de Gilberto Gil, chamada “O Eterno Deus Mu Dança”.

Com muita poesia e sabedoria, o autor brinca com a fonética, transformando a “mudança” num deus e fala-nos dos processos que todas as pessoas passam e as expectativas e ansiedades que essas mudanças estão constantemente a proporcionar-nos a todos nós.

 
“Sente-se a moçada descontente onde quer que se vá
Sente-se que a coisa já não pode ficar como está
Sente-se a decisão dessa gente em se manifestar
Sente-se o que a massa sente, a massa quer gritar:
“A gente quer mu-dança”
Gilberto Gil

 
Querer ou procurar mudanças é o primeiro sinal de que um ciclo, seja pessoal ou profissional está a acabar e isso, muitas vezes, pode gerar apreensão ou ansiedade.


O fator determinante

E qual a razão da mudança assustar tanto? Imaginem comigo aquela sensação que temos no início de cada ano que chega. Parece que estamos rejuvenescidos, tamanho é o sentimento de renovação e a quantidade de planos que imaginamos poder realizar.

Contudo, essa renovação só é completa se agirmos e, efetivamente, a colocarmos em prática. E isso nem sempre ocorre. Estamos constantemente a perguntar: Por que tudo aquilo que foi sonhado, se tornou tão complicado?

Realizar mudanças, em caráter pessoal ou profissional, necessita de um fator que é prioritário e chama-se vontade.  O movimento transformador começa no exato instante em que a pessoa dá o primeiro passo em direção ao autoconhecimento e à transformação de sua realidade ou rotina.



Ativando o cérebro para mudar

Esta disposição em mudar pode ser decorrente de descontentamentos e frustrações, ou então, da necessidade de procurar a capacitação para melhorar o desempenho pessoal ou a posição profissional, ou ainda da necessidade de viver a vida em constante desafio.

Independente da motivação, como já disse, o importante é dar o primeiro passo e elaborar uma estratégia que possibilite completar o ciclo, sem interromper o processo.

A primeira mudança que podes fazer é retirar do pensamento e do discurso diário que “mudar é difícil”. Esta é uma condição que colocamos individualmente e que o impede de seguir  em frente.

E mais, a Neurociência explica que o
pensamento negativo repetitivo (PNR) pode prejudicar a capacidade do cérebro processar memórias, pensamentos e raciocínios. Por isso, deves colocar a vontade acima dos pensamentos negativos.

É preciso seguir algumas etapas para realizar mudanças pessoais ou profissionais e adotar novos hábitos e comportamentos. Lembre-se sempre que cada vez que procura melhorar e mudar, estás a transformar o seu mundo e de todos os que estão  ao teu lado.

 

Anotando a rotina para mudar

Nos programas de coaching para os meus clientes ou para grupos maiores de pessoas, gosto sempre de destacar: não importa a situação, planeia sempre!

Assim como os grandes técnicos da NBA, que durante os treinamentos anotam num ecrã (ou até num quadro-negro) os pontos mais importantes da última partida e o que deve ser mudado.

Também podes estar a pensar que queres mudar um hábito. Precisas planear a mudança e podes fazer desta forma:
  •  Anotar o hábito que desejas mudar;
  • Fazer uma lista dos benefícios que imaginas que irás ter com a transformação;
  • Listar a rotina, sempre que possível com os horários de cada ação e identificar os gatilhos que provocam comportamentos repetitivos. 
Contudo, não deixe que o planeamento seja a razão para não começar. Lembre-se também que não existe o momento certo para colocar em prática uma mudança. Não precisa de deixar para a próxima segunda-feira, como muitas pessoas idealizam.

Pare de procrastinar e dê o primeiro passo.

 

Fazer a transição e vencer

Vai notar que o seu cérebro “não gosta” de alterações na rotina e, continuamente, vai tentar sabotar as suas tentativas de realizar as mudanças pessoais ou profissionais.

Sair da zona de conforto exige um esforço mental e físico e é por isso que a vontade é um dos fatores determinantes para o sucesso.

Assim, cada conquista, cada passo em direção ao objetivo, precisa de ser valorizado. Ao comemorar cada pequena vitória, estará a informar o seu cérebro de que está a ser recompensado por todo o esforço da tarefa (de mudar).

Já pensou que cada vez que conquista algo, todo o seu organismo reage? O cérebro, para “comemorar”, liberta neuro-hormônios que ativam todo o organismo, numa verdadeira química da felicidade.

Eis a razão para valorizar cada conquista!

Com todo este processo a desenrolar-se, deixo uma dica que falo e repito para os meus clientes: o sucesso consiste em insistir sempre! Criar novos hábitos, comportamentos ou rotinas, exigem persistência. Não se esqueça que o cérebro vai sempre optar pelo mais fácil, tornando a vida previsível ou até “burocrática”.

Para crescer é preciso mudar. Deixo como reflexão para as leitoras e leitores, o exemplo da metamorfose da borboleta. Tudo começa com um ovo, larva, depois vem a fase da lagarta, onde ela tece a seda para se proteger dos predadores. Em seguida, vêm as fases pré-pupa e pupa, onde ela utiliza os fios para construir o casulo e é nele onde ocorrem as grandes mudanças.

Finalmente, quando esse ciclo termina, a borboleta está pronta. Então, ela rompe o casulo e liberta as asas, voando e colorindo a natureza.

Deixo ainda uma provocação: em que fase está? Quando vai realizar algo que não está na sua rotina?
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