Os 3 Cês da crítica positiva

Há uns tempos atrás decidi ir ao cinema e como queria fazer uma boa escolha do filme fui ao jornal analisar as críticas para os filmes em cartaz.

Havia críticas para todos os gostos, umas mais incisivas, outras mais factuais, umas num tom mais positivo, outras nem por isso, e após a leitura de várias “críticas” lá tomámos a decisão.

A vida às vezes também parece um filme não é verdade? Podemos ter a melhor “realização”, o melhor “guião”, os melhores “atores” mas ainda assim, a crítica toca-nos a todos, e na maioria das vezes nem sequer temos direito a pipocas. :)

Será que todas as críticas que recebemos nos acrescentam valor ou têm um efeito positivo na nossa vida?

Quando alguém nos critica por algo, será que a crítica tem a intenção de nos ajudar ou nem por isso?

É justa e fundamentada em factos ou subjetiva?

Quando criticamos alguém será que a nossa crítica está a ter um efeito positivo na pessoa que a recebe?

Podemos desenvolver essa competência e sermos “críticos” mais positivos e assertivos?

Estamos dispostos a ser criticados por qualquer pessoa?

Reconhecemos o valor da pessoa que nos critica e somos recetivos, ou não estamos dispostos a ouvir algumas críticas?

Sabemos lidar com as críticas?

É importante ter em atenção que apesar de a crítica ser construtiva muitas vezes perde-se esse efeito positivo por uma questão de timingPor exemplo a pessoa até pode estar recetiva a receber uma crítica construtiva mas por algum motivo ter um “dia mau”, estar com o foco noutros problemas naquela altura e não ter de momento a energia mental necessária para processar a crítica que até entende ser importante.

É um pouco como a água, sabemos que é essencial à vida mas na altura certa e na “dose” adequada, quer para dar, quer para receber, só assim é que acrescenta valor, no momento oportuno para quem a recebe.

A crítica é uma competência que pode ser treinada e desenvolvida com os 3 C’s da crítica positiva: Consideração, Competência e Construtivismo.


Consideração

Por muito justa e fundamentada que seja a crítica para a mesma ter um efeito positivo é importante que respeite as sensibilidades e os sentimentos das outras pessoas. A frontalidade é importante mas se não for doseada com tacto e respeito pelo outro pode resultar em observações cruéis, carregadas de sentimentos e expressões negativas que levam a uma atitude defensiva e “fecho” ao entendimento por parte de quem a recebe, gerando uma situação de potencial conflito e ressentimento.

Competência

Questione-se sempre se a pessoa que lhe endereça a crítica tem o conhecimento e a competência necessárias para a mesma. Ou seja antes de se criticar é importante estar a par de todas as informações necessárias e ter o conhecimento e competência devidos sobre o assunto para não ser um “treinador de bancada” – pessoas que acham que um mínimo conhecimento sobre algum assunto as torna experts na matéria.

Claro que não há problema em dar uma opinião ou sugestão, mas para criticar assertivamente é importante ter em conta se se tem a competência e o know how necessário para formular essa crítica.


Construtivismo

E finalmente a crítica deve ser construtiva, positiva e encorajadora, oferecendo soluções e hipóteses de resolução e entendimento. Uma crítica construtiva coloca a tónica no efeito positivo que vai ter na pessoa que a recebe, com o sentido de ajudar a melhorar uma determinada situação ou competência.

Dessa forma contribui para uma comunicação mais
positiva e eficaz, para a resolução de situações de conflito e para maiores índices de assertividade nas relações interpessoais.

Agora escolha se quer ser um “crítico” de excelência, criar valor nos outros com a sua crítica e colocar em prática os 3 C’s da crítica positiva.  Faça-o no momento oportuno e com as pessoas certas, caso contrário pode ser olhado como o “carrancudo” que está sempre do “contra” ;)

 
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