Quando alguém o criticar, faça-se estas duas questões

Se tem por hábito seguir as minhas publicações deve ter reparado que dou uma grande ênfase ao tema da comunicação. Dentro dos vários tópicos que já aqui partilhei consigo, como a empatia, a comunicação não verbal, a cortesia, entre outros, um dos mais sensíveis é sem dúvida o feedback e a crítica construtiva.

Hoje vou voltar a esse tema no seguimento de uma conversa que tive esta semana com uma cliente, onde partilhou comigo uma “dor” que eventualmente também já sentiu no contexto da sua vida profissional ou pessoal.

A verdade é que “levar” com uma crítica nem sempre é fácil e pode ser muito desencorajador.

Quando a crítica de uma determinada pessoa é no fundo um feedback construtivo, eu não encaro isso como uma “crítica” mas como uma oportunidade de crescimento. Não acho por isso que se deve ter “medo” de ser “criticado”, pois a crítica é um elemento fundamental da comunicação assertiva.

Ainda assim nem toda a crítica é propriamente um feedback construtivo, muitas vezes a comunicação da pessoa que nos faz a crítica não está alinhada nesse sentido.

O que fazer então quando a crítica nos atinge como uma “bomba” que nem sabemos bem de onde veio?

A forma como se lida com a crítica varia de pessoa para pessoa. Há pessoas que ficam muito afetadas emocionalmente, outras respondem com agressividade. Há pessoas que lidam muito bem com isso e é “para o lado que dormem melhor” e outras, simplesmente não aceitam crítica alguma.

Eu acredito que quando algo não nos agrada devemos colocar o foco naquilo que podemos mudar em nós, para criar a realidade que queremos vivenciar. Ao longo dos anos, fruto da minha vivência pessoal e do conhecimento que fui adquirindo com profissionais de referência na área da liderança e comunicação, aprendi a colocar-me a mim mesma 2 questões quando a crítica acontece.

Essas duas questões são:


1º O que levou a pessoa a fazer-me esta crítica?  

Em contexto profissional é normal que a crítica aconteça, pois é dessa forma que se corrigem situações e se otimiza o desempenho. A crítica pode ser feita a uma determinada ação ou comportamento, mas não significa necessariamente um ataque pessoal e à pessoa na sua essência.

Quando se deparar com uma crítica, procure perceber a origem da mesma. Será que está a ser feita para seu benefício ou tem origem, por exemplo, numa situação pessoal ou amargura pela qual não é responsável?

Pode acontecer que essa crítica esteja a surgir devido a circunstâncias externas, por exemplo nas empresas existem fases com maior exigência e stress, e nesse contexto as críticas são mais frequentes.

É importante perceber, se a crítica que estou a receber é um feedback a um determinado comportamento, se é sustentada em factos, ou se é por exemplo uma descarga emocional de alguém que, por acaso, nem estava muito bem-disposto naquele dia? Não quero dizer que deva ignorar, mas enquadrar a crítica na sua devida importância e valor.

Há críticas concretas e assertivas que vale a pena ouvir, mesmo que não agradem ainda assim podem agregar valor. Outras podem surgir de uma atitude julgadora e mal fundamentada, por isso cabe-lhe a si perceber se lhe quer dar importância ou não.


2º Quem foi a pessoa que me criticou?

Como sempre tenho de ser muito franca consigo, eu acredito nos valores da humildade e da empatia mas isso não significa que se tenha de aceitar todas as críticas que lhe são dirigidas.

A crítica até pode ser dura mas se tem origem numa pessoa que tem conhecimento de causa e assertividade naquilo que está a dizer, pode encarar essa crítica como um feedback construtivo e usar a seu favor.

A fonte da crítica tem muita relevância, por isso procure perceber se a pessoa que lhe endereça a crítica tem:


a) intenção de gerar valor com essa crítica
b) conhecimento de causa e know how para dar esse feedback
c) gestão emocional adequada e enquadrada com a crítica que está a fazer.

Pode acontecer que a crítica até seja fundamentada mas naquele dia a pessoa, devido a stress ou outra situação do seu dia, foi um pouco mais ríspida na forma como deu esse feedback. Ainda assim pode procurar não se focar nessa carga emocional negativa, mas no valor da crítica em si.

Também pode ser que a pessoa que está a criticar não tem toda a informação necessária para fundamentar a sua crítica, e pode escolher esclarecer essa pessoa para chegar a um entendimento.

E claro também haverá pessoas que o vão criticar sem qualquer intenção positiva ou vontade de acrescentar valor. Ainda assim pode ouvir, registar e simplesmente colocar o seu foco noutro lado.

Para concluir, quer a crítica seja fundamentada ou não, pode trabalhar a sua atitude mental para fazer a gestão dessa situação de uma forma mais eficaz.

Em diversas alturas da vida pessoal e profissional todos temos de lidar com o negativismo e a crítica, mas ainda assim podemos e devemos lidar com essa situação de uma forma construtiva.

Se for o caso espero que esta situação deixe de ser uma “dor” para si e passe a ser apenas isso, uma crítica, uma situação que vai saber gerir de forma eficaz e nesse processo desenvolver a sua
resiliência e um mindset mais positivo.

Fique bem,

Fátima Sendim


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