Quando foi a última vez que escolheu um caminho diferente?

De todas as invenções que o mundo moderno nos trouxe com o desenvolvimento tecnológico, o GPS foi sem dúvida uma das que mais impactou a minha vida. Com o GPS é muito mais fácil fazer a gestão do tempo para os diversos compromissos profissionais. Não há surpresas de última hora, vias sem saída ou caminhos duvidosos. Com o GPS o objetivo final da viagem fica mais simples, mais perto, mais prático.

No dia-a-dia empresarial, entre compromissos, reuniões ou visitas a potenciais clientes, o GPS 
é um “bom amigo” que ajuda a superar os desafios da agenda, permite organizar o tempo e atingir objetivos de uma forma muito mais eficaz.

Ainda assim, na vida empresarial, nem sempre as encruzilhadas são feitas de asfalto, mas de pensamentos, decisões, desafios e objetivos a atingir. Quando os desafios acontecem e nas encruzilhadas do mundo empresarial surge a pergunta “e agora, por onde vou?”, cabe a cada gestor “afinar” o seu GPS pessoal para determinar o caminho a seguir.

Passando para a realidade da vida empresarial, quando surge um desafio, são várias 
as opções que podem ocorrer ao gestor para tomar uma decisão. O “caminho” a seguir, por assim dizer, nem sempre é fácil de determinar, e vale a pena refletir sobre este assunto.

Se atualmente, na sua realidade empresarial, o momento é de escolha sobre o caminho a seguir, é importante que tenha em consideração alguns fatores que vão pesar na sua decisão sobre os objetivos que pretende atingir.


Em primeiro lugar, pense na pessoa que é enquanto gestor. Quais são os seus valores profissionais, o que é importante para si? Quais foram as principais vitórias da sua carreira, as decisões que teve de tomar, os desafios que teve de superar, os objetivos que concretizou? Pense nas suas competências, as suas principais influências e aquilo em que acredita. Em suma, reflita profundamente na sua missão e visão empresarial.

Em segundo lugar, pense nas pessoas que o vão ajudar a concretizar os seus objetivos. Quais são as pessoas que influenciam de forma positiva as suas decisões, e cuja opinião valoriza? Com quem pode contar para percorrer o caminho que se apresenta à sua frente? Pense também de que forma as suas decisões vão impactar as pessoas à sua volta, a sua equipa, as pessoas que vão estar alinhadas pela sua visão. E por fim, que skills vai precisar ter na sua equipa de trabalho para não ficar “a meio do caminho”?

Em terceiro lugar, pense nos desafios que pretende superar. Na sua gestão de prioridades, o que é realmente prioritário e o que é secundário? Onde vai colocar o seu foco? Qual é o seu cronograma de trabalho, os prazos que pretende cumprir, o dia em que vai começar? O que é que vai fazer, como vai fazer, quando vai fazer e onde vai fazer aquilo que pretende? Qual vai ser o seu mindset empresarial?

Em quarto lugar, pense nos seus receios. O que é que o está a impedir de avançar? Na sua análise SWOT, quais são as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que identifica? O que é que o está a deixar preocupado e leva a procrastinar na tomada de decisão?

Depois de ter feito esta reflexão, é tempo de olhar para a sua “encruzilhada” empresarial e, de acordo com os objetivos que traçou, decidir o caminho que quer seguir. Cada um deles tem os seus desafios, os seus benefícios e contratempos, mas ainda assim a escolha é essencial. A alternativa será continuar onde está, e cabe-lhe a si tomar essa decisão.

Se decidiu colocar os “pés ao caminho”, existem algumas alternativas de percurso que lhe apresento de seguida como exemplo:


O caminho conhecido – este é o caminho que já percorreu e que conhece melhor do que qualquer outro. Este é provavelmente o caminho mais seguro, onde toma decisões com base na sua experiência passada e naquilo que já conhece e sabe que “funciona”. É pois o caminho da continuidade. Ao percorrer este caminho já sabe, à partida, o seu “destino”, o resultado final. A questão que se coloca é, esse “destino” ainda faz sentido e está alinhado pelos seus valores, missão e visão? 

O caminho sensato – este é um novo caminho onde, querendo mudar, “joga pelo seguro”, e o que está mais de acordo com as opiniões das pessoas em que acredita. É pois um caminho consensual, um pequeno passo fora da “zona de conforto” onde pode começar a implementar novos procedimentos sem grandes riscos. Pode ser uma boa escolha mas será que é suficiente para os objetivos que pretende atingir? 

O caminho de regresso – este é o caminho de regresso ao “lugar” onde se sente seguro. Esta é sem dúvida a opção menos apelativa (afinal ninguém gosta de “andar para trás”) mas no contexto empresarial, se a decisão tomada levou por um “caminho” que não apresenta bons resultados e coloca em causa a sustentabilidade da empresa, “dar um passo atrás”, reformular e começar de novo pode sem dúvida ser a melhor (e única) opção! 

O caminho eleito – este é o caminho mais apelativo, aquele que sempre quis fazer e que lhe dá mais gozo e senso de realização pessoal e profissional. Esta é a opção que está alinhada pelos seus valores, missão e visão, pelos skills da sua equipa e pelos objetivos que pretende atingir. É pois o caminho da excelência, que o vai levar a um novo patamar e potenciar o seu crescimento. A questão que se coloca aqui é: está a minha empresa preparada para este desafio? Se a resposta é positiva, vá em frente.  

O caminho desconhecido – este é o caminho em que nunca pensou antes. É provavelmente aquele que vai ter mais dificuldade em encontrar, pois ainda não tomou uma consciência clara sobre esta opção. Em momentos de grande desafio, onde há necessidade de se assumir riscos e não existe clareza sobre a opção a tomar, pode ser necessário “pensar fora da caixa” e colocar a si mesmo a seguinte questão: “e se?”. Com todo o respeito, também lhe podíamos chamar o “caminho dos loucos”. Ainda assim, quantas vezes decisões arriscadas e sem grande certeza de sucesso levam a resultados extraordinários?

Voltando ao título com que comecei este artigo, quando foi a última vez que escolheu um caminho diferente? Qualquer que seja a sua escolha, espero que a mesma o leve ao destino que deseja alcançar, e que no final dessa “jornada” se sinta feliz e realizado com a opção que escolheu.

Se ainda não chegou aonde queria, pode sempre voltar a este artigo e refletir sobre a próxima escolha. Afinal de contas, a vida de uma empresa é feita de encruzilhadas e cabe ao gestor encarar as mesmas como etapas necessárias no processo de crescimento.

Fique bem,

Fátima Sendim
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