Quando o jogo é mata-mata, mantenha uma atitude positiva

O futebol é um desporto ao qual não tenho grande ligação, uma vez que sempre preferi andebol e, na altura em que jogava federada, o financiamento desportivo era na sua maioria direcionado para o futebol. Ainda assim, ao longo dos anos, lá fui assistindo à ocasional partida do chamado “desporto-rei”. Sendo uma pessoa visual, poderia focar-me na descrição de vários aspetos do jogo, a sua envolvência e sentido de espetáculo visual que transmite, mas hoje quero-me focar no aspeto auditivo do mesmo.

Uma expressão utilizada pelos comentadores desportivos que cedo me chamou a atenção foi o “jogo do mata-mata”. Esta é uma expressão que se utiliza quando a vitória de uma equipa determina a passagem à fase seguinte, sendo a equipa perdedora eliminada da competição. Com o tempo fui-me apercebendo quão “bélica” é a comunicação utilizada no futebol, desde “tiro à baliza”, “fuzilar o guarda-redes”, “matar a jogada”, “duelo entre duas equipas” ou, se quisermos ainda mais longe, “isto está a ser um massacre.”

Será que estamos a falar de um desporto ou de uma guerra? Longe de mim querer ser a juíza das expressões futebolísticas num desporto com grande beleza e que desperta sonhos no mundo inteiro. Apesar disso, será que aquele que se chama “desporto-rei” não merecia uma linguagem mais positiva, à luz da sua altura?

Pode ser que as paixões despertadas pelo futebol levem a este tipo de linguagem mais agressiva, mas mesmo no mundo profissional e no dia-a-dia se verifica esta situação. A comunicação poderia ser mais focada numa linguagem positiva, mas vamos ouvindo a pessoa que está “a lutar contra algo”, ou a “vida é uma selva”, a necessidade de “esmagar a concorrência” ou o gestor cansado ao fim do dia por “dar o peito às balas”.

Não nos enganemos, sem dúvida que a vida é uma luta e nem sempre a podemos enquadrar no lado positivo da comunicação verbal. Ainda assim, e sabendo que a linguagem positiva determina pensamentos positivos, podemos trabalhar a comunicação nesse sentido.

Quando se utilizam palavras positivas essas palavras condicionam um pensamento positivo e, consequentemente, uma atitude positiva.


>> Isto faz sentido para si?

Já reparou como as pessoas que utilizam com grande frequência uma linguagem negativa apresentam uma atitude que reflete o seu pensamento? Pode colocar a mesma situação perante duas pessoas, aquilo que uma verá como “problema” outra verá como “desafio”, e essa diferença na maneira de pensar e ver o mundo determina uma atitude diferente e, consequentemente, ações diferentes. Uma pessoa verá apenas o “problema” e dirá “não é possível” ou “não sou capaz”. A pessoa que vê o desafio irá focar-se com maior ênfase na solução, “é possível”, “vou fazer.”

A linguagem que utilizamos exerce uma grande influência na nossa estrutura mental e forma de pensar. Imagine a sua atitude como um músculo que precisa de nutrir. Se a alimentar com a “comida” certa essa atitude será positiva. Para isso, precisa de colocar na “dieta mental” material motivacional, por exemplo livros com uma mensagem positiva, pessoas com uma atitude positiva mas também trabalhar ao nível da linguagem para gerar um clima mais positivo na relação com os outros.

Imagine uma equipa de trabalho que utiliza frequentemente expressões negativas como “não sei”, “não consigo”, “não é possível”, “é muito difícil”, “é um grande problema”, “está mal”, será que sentiria uma atitude positiva se fizesse parte desta equipa? Se não tivesse esta consciencialização ao fim de algum tempo poderia estar com o mesmo estado de espírito e dizer “não é possível”. Pode escolher, porém, trabalhar a sua comunicação e ter uma linguagem positiva. Acima de tudo, uma atitude positiva.


>> Comunicar para uma atitude positiva

De seguida partilho algumas dicas que, se assim o entender, pode começar a implementar na sua comunicação interpessoal e partilhar com a sua equipa de trabalho, para se ganhar esta consciência. A linguagem é fundamental para a criação de um ambiente de trabalho coeso e harmonioso, e para tal é importante adotar boas práticas de comunicação:

>> Desafie as pessoas à sua volta a expressarem as opiniões e ideias sem utilizar a palavra “não”. Mais ainda, evite o não sempre que possível.

>> Evite ou elimine expressões com carga negativa do seu vocabulário como por exemplo “péssimo”, “horrível”, “nada disso”.

>> Ao invés de se focar no problema, proponha uma solução. Por exemplo em vez de dizer “não é isto” procure dizer “podemos fazer desta maneira”.

>> Evite se possível a imposição – “tem de, eu quero que”- pela proposta “proponho que, é necessário que". 

>> Quando criticar, procure oferecer um feedback construtivo.

Podemos resumir o que foi dito à seguinte conclusão: as palavras têm muita força. Palavras influenciam pensamentos, pensamentos influenciam a tomada de decisão que levam a ações. A sua forma de pensar reflete-se na atitude e, num mundo que às vezes parece ser “mata-mata”, esta tomada de consciência pode fazer toda a diferença para construir relações pessoais e profissionais mais gratificantes, valiosas e produtivas.

Vá a jogo com uma atitude positiva!

Fique bem.

Fátima Sendim



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