Tenha muita autoconfiança...na dose certa

Ouvi há dias uma pessoa a falar na televisão sobre a importância de beber água, em especial nestes dias quentes de Verão. Os famosos “8 copos de água por dia, não sabe o bem que lhe fazia.”

Enquanto bebo o meu copo de água, que sem dúvida faz muito bem, permita-me que reflita consigo sobre a importância da dose. Como em tudo na vida, até a água em excesso pode provocar má disposição.

Ainda assim, e porque temos que a beber, como ficamos? O segredo está na gestão e na forma como doseamos de acordo com aquilo que funciona melhor connosco.

Há uns meses atrás publicámos o e-book “
Mindset Vencedor”, onde falámos sobre a importância da autoconfiança que, como um músculo, pode treinar para desenvolver e ficar mais forte. A autoconfiança forte vai-lhe proporcionar maior convicção em si e nas suas capacidades para superar qualquer desafio.

Ainda assim, será que autoconfiança a mais pode afetar a sua gestão e gerar resultados que não deseja?

Ter autoconfiança é ótimo…na dose certa. Quando faz a gestão da mesma isso contribui para o seu crescimento mas, em excesso, pode colocar em causa os seus resultados e levar à estagnação.

Porque é que “à minha maneira” nem sempre é a melhor maneira?

Quando se tem uma confiança exacerbada nos próprios skills e capacidades, pode-se ter dificuldade em aceitar sugestões e pontos de vista diferentes.

Isso não significa, como é claro, aceitar tudo o que os outros dizem de forma passiva. Na gestão de equipas ou no seu processo de liderança vai encontrar pessoas que nem sempre vão concordar com a sua maneira de pensar. É importante que tenha a sua autoconfiança trabalhada para poder tomar as decisões de gestão que vão de encontro aos resultados que pretende.

Ao mesmo tempo é importante que, tal como um engenheiro, deixe sempre um “coeficiente de segurança” para a sua autoconfiança. Por um lado, porque também é humano e livre de errar e, por outro lado, porque as pessoas à sua volta podem ter um contributo valioso para resolver os desafios, se estiver disposto a escutar.

Há situações da gestão em que existe mesmo a necessidade de se “bater o pé”, muitas vezes pela pressão dos resultados que são necessários. Ainda assim é importante perceber que o excesso de autoconfiança pode dificultar a melhoria contínua, pois o sentido crítico “esbarra” contra o muro do “eu é que sei!”

Há um termo que designa este tipo de gestão: micromanagement ou, se quisermos traduzir, micro-gestão.

O micromanager é pois o manager (gestor) que, por acreditar que a sua maneira de fazer e pensar está sempre certa, é a “melhor” ou a mais “segura”, supervisiona os seus colaboradores e controla cada uma das suas tarefas até ao mínimo detalhe.

Apesar de poder apresentar bons resultados no curto prazo e ser um estilo de gestão necessário para algumas situações (por exemplo se a equipa tem pouca experiência e é necessário um controlo mais “apertado” para não haver erros), o micromanagement e o micromanager são geralmente vistos de forma menos positiva, por comprometerem a autonomia, o espírito crítico e afetarem a autoconfiança da equipa.

Em que ficámos então?

Continue a acreditar em si e a trabalhar no seu músculo da autoconfiança, pois esse é um fator fundamental para superar os seus desafios. Não precisa de ser um micromanager ou ter sempre razão, pode utilizar esse otimismo de uma forma mais produtiva, como por exemplo:


Delegue algumas tarefas de modo a poder colocar o seu foco nas que são mais essenciais e importantes.

Defina os KPI’s mais importantes para os resultados da sua empresa e tenha em atenção os mesmos, tendo uma visão mais macro e sem perder tanto tempo com detalhes.

- Identifique as funções, tarefas e skills necessários para o crescimento da sua empresa e recrute ou forme as pessoas necessárias para acrescentar essas valências à sua equipa.

- Faça uma gestão mais estruturada da sua agenda e defina datas para cada estágio de um determinado projeto, de forma a ficar a par das atualizações e não ter de estar diariamente “em cima do acontecimento”.

Resumindo, a partir do momento em que for capaz de dosear o seu excesso de confiança irá, por um lado, facilitar a comunicação com as pessoas à sua volta e, por outro, obter maior clareza e foco para se dedicar aos objetivos mais importantes.

Dessa forma estará a gerir na “dose” certa e com elevado rendimento!  
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