Ir a jogo e ser feliz
“Sorte ao amor, azar ao jogo”, já alguma vez ouviu esta expressão?
Não sei se será esse o motivo pelo qual não costumo jogar muito :)….mas ainda assim de vez em quando a família ou os amigos lá me convencem a participar num jogo de cartas, normalmente pelas alturas do Natal, e costumam ser momentos de galhofa e felicidade com o objetivo de descontrair, ao contrário de alguns jogos da vida onde por vezes (felizmente nem sempre) o objetivo é ganhar a qualquer preço…
Quando jogo costumo ter como parceiro um amigo que é grande jogador e que normalmente nos faz ganhar. O mais incrível é que mesmo quando as cartas que nos saem não são as melhores ainda assim não é muito fácil à equipa adversária vencer-nos, tirando uma ou outra exceção.
Sem dúvida que a sorte conta muito neste tipo de jogos, afinal de contas se lhe sair um jogo com ases e trunfos à partida está ganho, não é verdade? Contudo nas cartas como na vida as “cartas” que nos saem nem sempre parecem as mais adequadas, é como se as pessoas com maiores índices de felicidade recebessem na altura do seu nascimento um “baralho” melhor que o nosso que as faz ir mais longe, ser mais felizes e bem-sucedidas: melhores condições de vida, mais oportunidades, mais apoio, “melhor educação”, mais privilégios.
Imagine agora a sua vida com um jogo de cartas e que neste momento, ao olhar para as “cartas” que tem na mão, chega à conclusão que se calhar o jogo que lhe saiu não é o melhor:
- porque lhe falta alguma coisa para começar a concretizar os seus objetivos
- porque ainda não tem a felicidade necessária e que tanto desejava ter
- porque no seu passado aconteceu algo que o impediu de ser feliz
- porque receia não ser capaz de superar os seus desafios
Ainda assim vai abdicar do objetivo da sua vida por causa do “jogo” que lhe saiu? Permita-me que partilhe consigo algumas informações e dados concretos com o objetivo de o convencer do contrário. Permita-me se assim o entender que o convide a “ir a jogo”.
Vou-lhe ser muito franca e sincera, ao longo da minha vida deparei-me com muitas pessoas que desistiram ou estiveram prestes a desistir de lutar pelos seus objetivos e sonhos por acreditarem ou alguém as fazer acreditar que tal não era possível devido a fatores diversos como a sua aparência, por serem demasiado “gordas, magras, altas, baixas”, ou então à sua personalidade, porque “já nasci assim e não consigo mudar”, porque “sempre foi este o meu feitio”.
Noutros caso era devido a fatores como o destino, porque “não tenho sorte nenhuma”, porque “a vida nunca me corre bem”, ou doenças, por exemplo “devido à minha ansiedade”.
Também havia os fatores associados às pessoas que estavam à sua volta, “a família que nunca me apoia”, “o chefe que não reconhece o meu valor”, e assim sucessivamente.
Não vou estar aqui com filosofias “cor-de-rosa”. Sim a sorte conta, e muito! A educação que recebemos, os valores que nos transmitem, as oportunidades que vamos tendo ao longo da vida, os lugares que frequentamos, as lições que recebemos, o local onde nascemos sem dúvida tem uma grande influência na nossa história de vida.
Sem dúvida que se for uma pessoa com uma estatura mais reduzida à partida terá mais dificuldade em ser uma estrela da NBA. Se for uma pessoa com algum problema metabólico que a leva a engordar é provável que seja mais difícil ter um corpo escultural. Alguém que herda uma doença genética com certeza terá desafios acrescidos na sua vida para se manter saudável. Mas ainda assim, há jogadores da NBA com estatura abaixo da média, pessoas que conseguem transformar os seus corpos ou viver felizes com doenças complicadas, porque será?
Não estou aqui de modo algum a minimizar a importância desses fatores, cada caso é um caso mas o que acontece muitas vezes é que as pessoas acreditam serem reféns das suas caraterísticas inatas, que a sua felicidade depende de um determinado equilíbrio perfeito de circunstâncias que, se não forem atendidas, as impedem de atingir a felicidade, de ir mais longe, concretizar os seus objetivos.
Mas será que é assim?
Através de um conjunto de experiências realizadas com gêmeos idênticos a psicóloga e investigadora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia – Riverside, encontrou fortes evidências científicas que sugerem que a nossa felicidade, o nosso sentido de realização pessoal e bem-estar dependem de três fatores: os fatores genéticos (que herdámos nos nossos antepassados), os fatores circunstanciais (aquilo que nos acontece na vida, como o emprego, o dinheiro, o casamento, pessoas com quem lidamos, entre outros) e fatores comportamentais (as nossas ações, atitudes, o que fazemos e depende de nós).
Qual é o peso de cada um destes fatores? A investigação de Lyubomirsky indica que cerca de 50% da nossa felicidade depende do que se chama set-point genético, ou seja há pessoas que possuem por assim dizer genes “mais felizes”, uma maior tendência para índices de felicidade superiores.
Os fatores circunstanciais ou seja aquilo que nos acontece na vida tem um peso de 10%, o que significa que 40% da nossa felicidade só depende de nós, da forma como encaramos a vida e lidamos com os seus desafios.
Apesar das “cartas” que hoje tem na mão, quer sejam “boas” ou não, mesmo que não as aprecie muito ainda assim tem 40% de possibilidade de “ganhar”, por isso o que vai fazer? Vai ficar a queixar-se das cartas que lhe saíram ou vai a jogo para dar o seu melhor com aquilo que tem?
Nesses 40% está aquilo que pode controlar e melhorar, a sua atitude, os seus hábitos pessoais, a sua capacidade de gestão emocional, a autodisciplina, o discurso interno positivo, a resiliência, a vontade de aprender, a coragem para mudar, o seu compromisso com os seus objetivos, o seu empenho, esforço e dedicação.
Se aceitar a minha sugestão, vá a jogo e jogue o melhor que sabe com aquilo que tem. Prepare-se convenientemente para que o resultado seja o que pretende, e se se aperceber que ainda não está preparado o suficiente vá aprimorando essas competências e fazendo cada vez melhor. Quem sabe conquista a felicidade que tanto procura.
E sem batota, afinal de contas o jogo tem muito mais prazer dessa forma, e os batoteiros só jogam até serem apanhados :).
Fique bem!
Não sei se será esse o motivo pelo qual não costumo jogar muito :)….mas ainda assim de vez em quando a família ou os amigos lá me convencem a participar num jogo de cartas, normalmente pelas alturas do Natal, e costumam ser momentos de galhofa e felicidade com o objetivo de descontrair, ao contrário de alguns jogos da vida onde por vezes (felizmente nem sempre) o objetivo é ganhar a qualquer preço…
Quando jogo costumo ter como parceiro um amigo que é grande jogador e que normalmente nos faz ganhar. O mais incrível é que mesmo quando as cartas que nos saem não são as melhores ainda assim não é muito fácil à equipa adversária vencer-nos, tirando uma ou outra exceção.
Sem dúvida que a sorte conta muito neste tipo de jogos, afinal de contas se lhe sair um jogo com ases e trunfos à partida está ganho, não é verdade? Contudo nas cartas como na vida as “cartas” que nos saem nem sempre parecem as mais adequadas, é como se as pessoas com maiores índices de felicidade recebessem na altura do seu nascimento um “baralho” melhor que o nosso que as faz ir mais longe, ser mais felizes e bem-sucedidas: melhores condições de vida, mais oportunidades, mais apoio, “melhor educação”, mais privilégios.
Imagine agora a sua vida com um jogo de cartas e que neste momento, ao olhar para as “cartas” que tem na mão, chega à conclusão que se calhar o jogo que lhe saiu não é o melhor:
- porque lhe falta alguma coisa para começar a concretizar os seus objetivos
- porque ainda não tem a felicidade necessária e que tanto desejava ter
- porque no seu passado aconteceu algo que o impediu de ser feliz
- porque receia não ser capaz de superar os seus desafios
Ainda assim vai abdicar do objetivo da sua vida por causa do “jogo” que lhe saiu? Permita-me que partilhe consigo algumas informações e dados concretos com o objetivo de o convencer do contrário. Permita-me se assim o entender que o convide a “ir a jogo”.
Vou-lhe ser muito franca e sincera, ao longo da minha vida deparei-me com muitas pessoas que desistiram ou estiveram prestes a desistir de lutar pelos seus objetivos e sonhos por acreditarem ou alguém as fazer acreditar que tal não era possível devido a fatores diversos como a sua aparência, por serem demasiado “gordas, magras, altas, baixas”, ou então à sua personalidade, porque “já nasci assim e não consigo mudar”, porque “sempre foi este o meu feitio”.
Noutros caso era devido a fatores como o destino, porque “não tenho sorte nenhuma”, porque “a vida nunca me corre bem”, ou doenças, por exemplo “devido à minha ansiedade”.
Também havia os fatores associados às pessoas que estavam à sua volta, “a família que nunca me apoia”, “o chefe que não reconhece o meu valor”, e assim sucessivamente.
Não vou estar aqui com filosofias “cor-de-rosa”. Sim a sorte conta, e muito! A educação que recebemos, os valores que nos transmitem, as oportunidades que vamos tendo ao longo da vida, os lugares que frequentamos, as lições que recebemos, o local onde nascemos sem dúvida tem uma grande influência na nossa história de vida.
Sem dúvida que se for uma pessoa com uma estatura mais reduzida à partida terá mais dificuldade em ser uma estrela da NBA. Se for uma pessoa com algum problema metabólico que a leva a engordar é provável que seja mais difícil ter um corpo escultural. Alguém que herda uma doença genética com certeza terá desafios acrescidos na sua vida para se manter saudável. Mas ainda assim, há jogadores da NBA com estatura abaixo da média, pessoas que conseguem transformar os seus corpos ou viver felizes com doenças complicadas, porque será?
Não estou aqui de modo algum a minimizar a importância desses fatores, cada caso é um caso mas o que acontece muitas vezes é que as pessoas acreditam serem reféns das suas caraterísticas inatas, que a sua felicidade depende de um determinado equilíbrio perfeito de circunstâncias que, se não forem atendidas, as impedem de atingir a felicidade, de ir mais longe, concretizar os seus objetivos.
Mas será que é assim?
Através de um conjunto de experiências realizadas com gêmeos idênticos a psicóloga e investigadora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia – Riverside, encontrou fortes evidências científicas que sugerem que a nossa felicidade, o nosso sentido de realização pessoal e bem-estar dependem de três fatores: os fatores genéticos (que herdámos nos nossos antepassados), os fatores circunstanciais (aquilo que nos acontece na vida, como o emprego, o dinheiro, o casamento, pessoas com quem lidamos, entre outros) e fatores comportamentais (as nossas ações, atitudes, o que fazemos e depende de nós).
Qual é o peso de cada um destes fatores? A investigação de Lyubomirsky indica que cerca de 50% da nossa felicidade depende do que se chama set-point genético, ou seja há pessoas que possuem por assim dizer genes “mais felizes”, uma maior tendência para índices de felicidade superiores.
Os fatores circunstanciais ou seja aquilo que nos acontece na vida tem um peso de 10%, o que significa que 40% da nossa felicidade só depende de nós, da forma como encaramos a vida e lidamos com os seus desafios.
Apesar das “cartas” que hoje tem na mão, quer sejam “boas” ou não, mesmo que não as aprecie muito ainda assim tem 40% de possibilidade de “ganhar”, por isso o que vai fazer? Vai ficar a queixar-se das cartas que lhe saíram ou vai a jogo para dar o seu melhor com aquilo que tem?
Nesses 40% está aquilo que pode controlar e melhorar, a sua atitude, os seus hábitos pessoais, a sua capacidade de gestão emocional, a autodisciplina, o discurso interno positivo, a resiliência, a vontade de aprender, a coragem para mudar, o seu compromisso com os seus objetivos, o seu empenho, esforço e dedicação.
Se aceitar a minha sugestão, vá a jogo e jogue o melhor que sabe com aquilo que tem. Prepare-se convenientemente para que o resultado seja o que pretende, e se se aperceber que ainda não está preparado o suficiente vá aprimorando essas competências e fazendo cada vez melhor. Quem sabe conquista a felicidade que tanto procura.
E sem batota, afinal de contas o jogo tem muito mais prazer dessa forma, e os batoteiros só jogam até serem apanhados :).
Fique bem!