Os desafios para mulheres portuguesas rumo à liderança

Ascensão feminina nas empresas portuguesas

A dinâmica do mundo empresarial em Portugal está em constante evolução, mas a representação feminina em cargos de liderança ainda enfrenta desafios significativos.

Recentemente, publiquei  um
artigo onde analisei um estudo que afirmava que a liderança feminina é uma tendência mundial.

Em Portugal, a maioria da população é feminina e as mulheres apresentam maior índice de Educação, com 36,5% delas com ensino superior, contra 25% dos homens.

Agora, vou analisar outro estudo, este mais regional, o relatório
"Women Matter 2023" da McKinsey & Company, que é categórico ao afirmar que as mulheres estão bem distantes dos cargos de liderança empresarial.

Este relatório apresenta os cenários atuais e os complexos fatores que limitam a ascensão das mulheres.

Além disso, vamos analisar algumas estratégias práticas para promover uma liderança feminina transformadora e inclusiva.
 
 

A representação feminina

Portugal, assim como outros países, testemunhou uma abertura crescente para mulheres no ambiente empresarial.

Mas os números mostram que há ainda um longo caminho a percorrer.

Os números revelados pelo "Women Matter 2023" mostram que as mulheres representam metade da força de trabalho em Portugal, mas estão atrás da média europeia para mulheres em posições de liderança.

Este descompasso destaca a necessidade de uma análise crítica do atual cenário empresarial.
 
 

Estagnação

Apesar dos esforços de diversas empresas em fomentar a igualdade de oportunidades, um dos pontos alarmantes do relatório é a estagnação praticamente nula no aumento da presença feminina em cargos de chefia nos últimos dois anos.

Este fenómeno sugere a existência persistente de um "teto de vidro" que impede o progresso das mulheres rumo à liderança sénior.
 
 

As barreiras invisíveis

Para entender a estagnação, é preciso estar atenta aos fatores complexos que contribuem para a lentidão no progresso feminino no mundo empresarial.

Barreiras invisíveis no ambiente de trabalho, muitas vezes relacionadas a expectativas e perceções culturais, dificultam a ascensão das mulheres.

Além disso, os estereótipos de género continuam arraigados e a direcionarem as mulheres para funções de apoio, a impactar diretamente nas suas ambições profissionais.
 
 

Os vários papéis da mulher

Outro ponto crítico abordado pelo estudo é a persistente disparidade nas responsabilidades domésticas e profissionais.

A realidade mostra que, mesmo ao alcançar cargos de liderança, as mulheres muitas vezes carregam a maior parte das responsabilidades familiares.

Isto cria um desequilíbrio na procura de cargos de alta responsabilidade, com aspirações divergentes entre homens e mulheres.
 


Rumo a uma Liderança Feminina Transformadora

O estudo revela que, apesar dos desafios, as mulheres destacam-se como gestoras excecionais.

As suas equipas registam níveis mais altos de satisfação, contribuindo positivamente para o desenvolvimento do ambiente empresarial.

Para aumentar a representação feminina na alta administração, é fundamental uma abordagem diferenciada de Recursos Humanos.
 
 

Estratégias para Promover a Liderança Feminina:

1. Abordagem diferenciada de Recursos Humanos: Reconhecer as necessidades e expectativas individuais das mulheres durante a seleção e recrutamento. As empresas devem adotar políticas de recursos humanos que ofereçam condições de trabalho mais flexíveis, permitindo uma integração equilibrada entre a vida profissional e a pessoal.
 
2. Identificação e eliminação de barreiras invisíveis: O primeiro passo para mudar o desequilíbrio de género é identificar e eliminar as barreiras invisíveis que impedem a promoção das mulheres. Para isso é preciso rever as políticas empresariais e adotar uma cultura organizacional que valorize a diversidade.
 
3. Incentivo à participação em programas internacionais: O estudo destaca que as mulheres estão menos inclinadas a participarem em programas internacionais em comparação com os homens. Incentivar a participação feminina em iniciativas globais pode ampliar as suas perspetivas e contribuir para um perfil de liderança mais abrangente.
 
Um fator que estamos a observar no ambiente empresarial e que pode ser transformador é a chegada de novas gerações, que estão mais interessadas em assumir cargos de liderança quando há flexibilidade.

O desafio de aumentar a representação feminina em cargos de liderança requer uma abordagem holística, mas com ações práticas e num curto prazo.

À medida que Portugal procura equilibrar a equação de género no mundo empresarial, é imperativo que empresas e líderes adotem estratégias transformadoras e inclusivas.

Desta forma conseguiremos superar os desafios e criar um ambiente próspero e inclusivo.
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